Aumento de casos de SRAG em Goiás e outros estados acende alerta; Fiocruz reforça importância da vacinação
Nas capitais, o aumento dos casos de SRAG foi registrado em Aracaju, Brasília, Goiânia, João Pessoa, Maceió, Salvador e São Paulo.
Por João Ricardo
23 de Agosto de 2024 às 07:27
Os casos de internação por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) estão em alta em diversos estados brasileiros, conforme aponta o Boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) nesta quinta-feira (22). Goiás, Bahia, Paraíba, Sergipe e São Paulo destacam-se no cenário nacional, com um crescimento expressivo nas ocorrências. Em Goiás, a covid-19 é a principal responsável pelo aumento das internações, especialmente entre a população idosa. Nos demais estados, a maior parte dos casos envolve crianças e adolescentes de 2 a 14 anos, sendo o rinovírus o principal agente causador.
Nas capitais, o aumento dos casos de SRAG foi registrado em Aracaju, Brasília, Goiânia, João Pessoa, Maceió, Salvador e São Paulo. Esses dados se referem à Semana Epidemiológica 33, correspondente ao período de 11 a 17 de agosto.
Tendência Nacional e Preocupação com os Grupos de Risco
Em âmbito nacional, os casos de SRAG apresentam uma oscilação na tendência de longo prazo, que compreende as últimas seis semanas, enquanto nos dados de curto prazo, que consideram as últimas três semanas, já há indícios de aumento. Por outro lado, as ocorrências de SRAG por vírus sincicial respiratório (VSR) e influenza A seguem em tendência de queda na maioria das regiões do país. Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a prevalência de casos positivos de SRAG foi de 22,6% por VSR, 19,4% por Sars-CoV-2 (covid-19), 16,3% por influenza A e 1,8% por influenza B.
Tatiana Portela, pesquisadora do Programa de Processamento de Computação Científica da Fiocruz e do Boletim InfoGripe, reforça a necessidade de manter a vacinação em dia, especialmente para os grupos de risco. "Apesar dos casos de influenza A estarem diminuindo em todo o país, geralmente agora é a época em que a influenza B começa a aumentar. Por isso, é importante também que todos estejam em dia com a vacinação contra a influenza", destaca a pesquisadora.
O ano epidemiológico de 2024 já contabilizou 115.152 casos de SRAG, dos quais 55.912 (48,6%) apresentaram resultado laboratorial positivo, 45.477 (39,5%) negativo e 7.499 (6,5%) ainda aguardam resultado. Entre os casos positivos, 43,1% são de VSR, 19,1% de influenza A, 7,7% de Sars-CoV-2 (covid-19) e 5% de influenza B.
As últimas oito semanas epidemiológicas confirmam que a SRAG continua a ter maior impacto nos extremos das faixas etárias. Crianças até 2 anos de idade são as mais afetadas, com incidência e mortalidade causadas principalmente por VSR e rinovírus. Nos idosos acima de 65 anos, a covid-19 tem se aproximado da influenza A em termos de incidência e mortalidade, reforçando a importância das medidas preventivas e de proteção.
A evolução desses números e a proximidade do período sazonal de aumento de casos de influenza B exigem atenção redobrada das autoridades de saúde e da população, especialmente no que diz respeito à adesão às campanhas de vacinação e à manutenção das medidas de proteção, como o uso de máscaras em ambientes fechados e a higienização frequente das mãos.