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Governo projeta superávit em 2026 e salário mínimo pode chegar a R$ 1.630 para o próximo ano
Com as novas diretrizes, o teto de despesas pode atingir R$ 2,43 trilhões, respeitando o limite de crescimento real de até 2,5% acima da inflação.
Por João Ricardo
16 de Abril de 2025 às 07:26
O Ministério do Planejamento e Orçamento divulgou nesta terça-feira (15) as metas fiscais que vão nortear o orçamento da União para 2026. De acordo com o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO), o governo pretende encerrar o ano com um superávit primário de R$ 34 bilhões, o que corresponde a 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB). A medida segue os princípios do novo arcabouço fiscal, que visa disciplinar os gastos públicos e garantir o equilíbrio das contas federais.
Para o próximo ano, o cenário econômico projetado pelo governo inclui uma inflação de 3,5%, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e um crescimento de 2,5% na atividade econômica. O salário mínimo, segundo as estimativas iniciais, poderá alcançar R$ 1.630 — valor que ainda será ajustado com base no INPC consolidado até novembro, como explicou o secretário de Orçamento Federal, Clayton Montes.
"Essa é uma previsão preliminar. O valor final será conhecido em novembro, quando tivermos o índice definitivo da inflação", afirmou o secretário.
Com as novas diretrizes, o teto de despesas pode atingir R$ 2,43 trilhões, respeitando o limite de crescimento real de até 2,5% acima da inflação. A maior parte desses recursos — 96,1% — será destinada ao Poder Executivo. O Judiciário ficará com 2,6%, o Legislativo com 0,8% e o Ministério Público e a Defensoria Pública somam 0,4% do total.
Já a dívida pública bruta, segundo as previsões oficiais, deve alcançar 81,9% do PIB em 2026, um patamar que reflete os desafios fiscais enfrentados pelo país.
A LDO é um instrumento essencial na organização do ciclo orçamentário e serve como base para a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA). Ela estabelece as prioridades do governo e os parâmetros que guiarão os gastos públicos nos próximos anos, em sintonia com o Plano Plurianual (PPA), válido até 2027.
A aprovação da LDO antecede a votação da LOA pelo Congresso Nacional, que define em detalhes as receitas e despesas do ano seguinte. Em 2025, a demora na aprovação da LOA — que só ocorreu em março — comprometeu a execução de parte das políticas públicas no início do exercício fiscal.