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Ferrovia de Mato Grosso chega ao pico de contratações com cerca de 5 mil trabalhadores em atividade
Obras contribuem para o destaque da construção civil na geração de empregos formais durante o 1º trimestre do ano, em MT
Por João Ricardo
21 de Maio de 2025 às 16:04
As obras da Ferrovia de Mato Grosso, conduzidas pela Rumo, alcançaram o maior número de contratações estimadas para o ano, neste mês de maio, com cerca de 5 mil pessoas atuando diretamente nas frentes de trabalho. Atualmente, os canteiros de obras estão distribuídos por seis municípios das regiões sul e sudeste do estado, que fazem parte de aproximadamente 160 km de trilhos da primeira fase do projeto. O avanço das instalações tem contribuído significativamente com o setor da construção civil, que se destacou no primeiro trimestre de 2025 como o segmento com maior saldo positivo de contratações formais em Mato Grosso.
Enquanto o Brasil fechou os três primeiros meses do ano com um saldo positivo de 71.500 vagas, segundo o novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Mato Grosso teve um resultado negativo de 3.544 postos de trabalho formais. Esse desempenho foi fortemente influenciado pela agropecuária, que perdeu mais de 6 mil vagas com o fim da safra de soja, em março. Na contramão deste movimento de queda, a construção civil foi o setor que manteve o maior saldo positivo de contratações: 1914. Este montante superou até mesmo o setor de serviços, que gerou um saldo positivo de 1.370 vagas ocupadas no trimestre. Dentro da construção, o segmento de obras de rodovias, ferrovias e estruturas especiais apresentou o maior crescimento percentual em relação ao trimestre anterior, com uma alta de 11,61%.
“O projeto conduzido pela Rumo tem movimentado o setor da construção civil, com reflexos diretos no desempenho do mercado de trabalho regional. Importante destacar que o número de contratações para serviços nas obras da Ferrovia Estadual dobrou em relação ao início do ano e assim, a previsão é de encerrarmos o mês de maio com mais de 5 mil pessoas empregadas em nossas obras”, destaca Ângelo Kury, diretor executivo do projeto Ferrovia de MT, da Rumo Logística.
Em janeiro, as obras da ferrovia contavam com cerca de 2.430 colaboradores. Esse número subiu para 4.446 em abril e, até a primeira quinzena de maio, já ultrapassava 4.600. Como algumas vagas continuam abertas e as empresas que atuam nas obras ainda têm necessidade de novas contratações, a previsão é de que o mês de maio termine com mais de 5 mil trabalhadores atuantes nas obras.
Os municípios do sudeste mato-grossense têm sido fortemente impactados pelas obras da nova ferrovia. Em Rondonópolis, polo logístico do estado, o setor da construção civil cresceu 15,4% no primeiro trimestre do ano — o maior avanço entre os municípios pesquisados. Em outras cidades, como Primavera do Leste e Campo Verde, tem sido grande o interesse de instalação de novas empresas e indústrias, também motivadas pelo impulso de obras do modal ferroviário em construção na região.
Obras estratégicas e novas oportunidades
Entre os empreendimentos em destaque no projeto da Ferrovia Estadual, está o terminal da BR-070, em execução desde outubro de 2024. Atualmente, a construtora responsável deu início à execução de um viaduto sobre a rodovia federal. Somente neste local, até a conclusão das obras, prevista para o próximo ano, devem ser gerados mais de 850 empregos diretos e 1700 indiretos.
Também está em fase final a construção de uma fábrica de dormentes, outro componente essencial da infraestrutura ferroviária e que terá cerca de 100 colaboradores permanentes durante as operações.
Além das obras, a Rumo amplia sua necessidade de contratações no Terminal de Rondonópolis. Nas últimas semanas, a empresa abriu quase 100 novas vagas de trabalho para atuação no terminal localizado na BR-163.
Mais que trilhos: desenvolvimento social
“O avanço das obras da ferrovia não transforma apenas a infraestrutura logística do estado, mas também provoca um impacto social direto nos municípios por onde passam os trilhos. São novas oportunidades de trabalho, qualificação profissional e uma grande movimentação da economia local”, ressalta o diretor executivo do projeto, Ângelo Kury.
Com mais de 700 quilômetros de extensão, a Ferrovia de Mato Grosso vai interligar os municípios de Rondonópolis e Lucas do Rio Verde, com passagem por Cuiabá, estabelecendo uma nova era de desenvolvimento regional com geração de empregos, logística eficiente e sustentabilidade econômica.