Notícias→POLÍTICA →Neri Geller deixa Ministério da Agricultura em meio a polêmica do ‘leilão do arroz’
Neri Geller deixa Ministério da Agricultura em meio a polêmica do ‘leilão do arroz’
Saída ocorre após controvérsia envolvendo leilão de importação de arroz e suspeitas de irregularidades
Por João Ricardo
11 de Junho de 2024 às 15:29
O ex-deputado federal Neri Geller não faz mais parte do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) do governo Lula (PT). Nesta terça-feira (11), Geller apresentou seu pedido de demissão após uma crise envolvendo o leilão de importação de arroz, marcada por indícios de falta de capacidade técnica e possíveis irregularidades nos vencedores. O pedido de demissão foi aceito pelo ministro Carlos Fávaro (PSD).
"Hoje pela manhã, o secretário Neri Geller me comunicou, ele fez uma ponderação [de] que quando o filho dele estabeleceu a sociedade com essa corretora do Mato Grosso, ele não era secretário e, portanto, não tinha conflito", afirmou Fávaro durante uma coletiva de imprensa em Brasília.
A controvérsia surgiu quando foi revelado que uma das empresas vencedoras de um dos lotes do leilão pertencia ao ex-assessor parlamentar de Geller, Robson França. Além disso, França havia fundado uma empresa no ano passado em parceria com Marcelo Geller, filho de Neri Geller.
"Essa empresa não está operando, não está participando do leilão, não fez nenhuma operação e isso é fato também. Nenhum fato que gere qualquer tipo de suspeita. Mas que de fato gerou um transtorno e, por isso, ele colocou hoje de manhã o cargo à disposição. Ele pediu demissão e eu aceitei", explicou Fávaro.
Neri Geller esclareceu que Robson França realmente havia constituído uma empresa com seu filho, mas que a empresa não entrou em funcionamento porque Geller assumiu um cargo no governo federal, impedindo a firma de fazer contratos com a União. No entanto, o ex-assessor criou outra empresa que venceu o leilão, gerando a repercussão negativa.
"Eu não participei em nenhum momento deste leilão e não tenho mais ligação com o meu ex-assessor, que tem o direito de seguir sua vida para sobreviver", declarou Geller.
Neri Geller havia assumido o cargo em dezembro do ano passado, após reverter sua cassação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele e Fávaro foram os primeiros do setor agropecuário a declarar apoio a Lula nas eleições de 2022.