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Mercado de trabalho brasileiro em 2023: população ocupada atinge recorde
A categoria de trabalhadores domésticos se manteve estável em 2023, representando 6% da população ocupada.
Por João Ricardo
21 de Junho de 2024 às 11:33
A população ocupada no Brasil em 2023 chegou a 100,7 milhões de pessoas, um aumento de 1,1% em relação ao ano anterior.
Esse número representa o maior contingente da série histórica, iniciada em 2012. O crescimento da população ocupada foi impulsionado pela expansão da população em idade de trabalhar, que teve um aumento de 0,9% em 2023, chegando a 174,8 milhões de pessoas.
A taxa de ocupação, que mede a proporção da população em idade de trabalhar que está ocupada, ficou em 57,6% em 2023.
Empregados com carteira assinada no setor privado voltam a crescer
O número de empregados com carteira assinada no setor privado voltou a crescer em 2023, após ter apresentado queda nos últimos anos. Essa categoria agora representa 37,4% da população ocupada, o maior percentual da série histórica. O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado também atingiu um recorde em 2023, chegando a 37,7 milhões de pessoas.
Trabalhadores sem carteira assinada e no setor público se mantêm estáveis
A proporção de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado ficou em 13,3% em 2023, uma ligeira queda em relação ao ano anterior. Já o número de empregados no setor público (inclusive servidor estatutário e militar) se manteve estável em 2023, em torno de 12% da população ocupada.
Trabalhadores domésticos e empregadores não registram crescimento
A categoria de trabalhadores domésticos se manteve estável em 2023, representando 6% da população ocupada. Já o número de empregadores diminuiu ligeiramente, passando para 4,3% da população ocupada.
Sindicalização segue em queda
Apesar do aumento da população ocupada, a taxa de sindicalização no Brasil continua em queda. Em 2023, apenas 8,4% dos trabalhadores eram sindicalizados, o menor percentual da série histórica.
Essa queda é observada desde 2012 e está relacionada a diversos fatores, como a reforma trabalhista, que flexibilizou as leis trabalhistas e facilitou a demissão de trabalhadores, e o aumento do número de trabalhadores em modalidades de trabalho mais precárias, como o trabalho intermitente e o trabalho por aplicativo.
Diferenças na sindicalização por gênero, atividade econômica e tipo de contrato
As taxas de sindicalização são maiores entre os homens (8,5%) do que entre as mulheres (8,2%). As atividades com maior taxa de sindicalização são Administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (14,4%) e Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (15%).
Já os trabalhadores com carteira assinada no setor privado (10,1%) e os trabalhadores domésticos (2%) são os que apresentam as menores taxas de sindicalização.
Empregadores e trabalhadores por conta própria com CNPJ se estabilizam
O número de empregadores e trabalhadores por conta própria com CNPJ ficou praticamente estável em 2023, em 29,9 milhões de pessoas.
Desses, 9,9 milhões (33%) estavam em empreendimentos registrados no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), o que representa uma ligeira queda em relação a 2022. A maioria dos empregadores e trabalhadores por conta própria está concentrada nas atividades de comércio e serviços.
O mercado de trabalho brasileiro em 2023 foi marcado por um aumento da população ocupada e pela queda da taxa de sindicalização. O crescimento da população ocupada foi impulsionado pela expansão da população em idade de trabalhar e pela retomada do crescimento do número de empregados com carteira assinada no setor privado. A queda da taxa de sindicalização, por outro lado, é uma tendência que se observa desde 2012 e está relacionada a diversos fatores, como a reforma trabalhista e o aumento do número de trabalhadores em modalidades de trabalho mais precárias.