Casos de Mpox em 2024 Superam Total de 2023 no Brasil: 945 Registros Até Agosto
A maior parte dos casos está concentrada na região Sudeste, que corresponde a 80,7% dos registros nacionais (763 casos).
Por João Ricardo
05 de Setembro de 2024 às 11:00
O Brasil registrou 945 casos confirmados ou prováveis de mpox entre janeiro e agosto de 2024, superando o total notificado ao longo de 2023, que somou 853 casos. O número foi divulgado pelo Ministério da Saúde em seu informe semanal, apontando um aumento significativo nos casos da doença, também conhecida como varíola dos macacos. Além dos casos confirmados, o boletim destaca 264 casos suspeitos em investigação.
Distribuição Regional e Estados com Maior Incidência
A maior parte dos casos está concentrada na região Sudeste, que corresponde a 80,7% dos registros nacionais (763 casos). São Paulo lidera com 487 casos (51,5%), seguido por Rio de Janeiro (216 ou 22,9%), Minas Gerais (52 ou 5,5%) e Bahia (39 ou 4,1%). Algumas regiões do país, como Amapá, Tocantins e Piauí, não registraram casos confirmados ou prováveis até o momento.
Nos municípios, São Paulo se destaca com 343 casos (36,3%), seguido por Rio de Janeiro (160 ou 16,9%), Belo Horizonte (43 ou 4,6%), Salvador (28 ou 3%) e Brasília (20 ou 2,1%).
Perfil dos Casos
Segundo o boletim, o perfil epidemiológico da mpox no Brasil permanece majoritariamente composto por homens. Dos 945 casos confirmados, 94,9% (897) são do sexo masculino, com maior concentração na faixa etária de 18 a 39 anos (679 ou 75,7%). Apenas um caso foi registrado em crianças de até 4 anos e não há registros de infecções em gestantes até o momento.
Hospitalizações e Tratamento
Entre os casos registrados, 69 pessoas (7,3%) precisaram de hospitalização, sendo a maioria para manejo clínico (37 casos ou 3,9%). Outros oito pacientes foram isolados, e cinco precisaram de internação em UTI. Não foram registrados óbitos relacionados à mpox neste ano, e o país também não reportou casos da nova variante 1b, detectada pela primeira vez na República Democrática do Congo.
Perspectivas e Ações de Controle
Com o aumento dos casos, o Ministério da Saúde continua monitorando a disseminação da doença e reforçando as medidas de prevenção e controle. A pasta recomenda a manutenção de práticas de higiene pessoal e o uso de máscaras em ambientes de alto risco. A vacinação contra a mpox, disponibilizada para grupos prioritários, é uma das principais estratégias para conter novos surtos.
Enquanto a maioria dos casos permanece concentrada em homens jovens, especialistas alertam para a necessidade de vigilância contínua e a importância de manter o sistema de saúde preparado para possíveis novas variantes, como a cepa 1b, que ainda não foi registrada no Brasil, mas que apresenta um risco potencial.