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Safra de algodão 2023/24 teve desafios em Mato Grosso, relata diretor da Fundação Rio Verde
Fábio Pittelkow, diretor de pesquisa da instituição, detalha dificuldades enfrentadas pelos produtores de algodão na safra atual e os impactos para o próximo ciclo
Por João Ricardo
06 de Setembro de 2024 às 11:09
A colheita de algodão da safra 2023/24 em Mato Grosso está se aproximando do fim, mas não sem enfrentar inúmeros desafios. De acordo com Fábio Pittelkow, diretor de pesquisa da Fundação Rio Verde, esta safra foi marcada por adversidades climáticas e problemas fitossanitários que afetaram significativamente a produtividade das lavouras de algodão na região.
"Nós tivemos uma safra desafiadora com a cultura do algodão", afirma Pittelkow. "Enfrentamos uma alta incidência de mancha-alvo, muito superior aos anos anteriores, o que está diretamente relacionado às condições climáticas que tivemos no final de março e início de abril. Períodos de pouca luminosidade e alta umidade, causados pelas chuvas constantes, favoreceram o desenvolvimento da doença", completou.
Esse cenário propiciou uma evolução abrupta da mancha-alvo, particularmente afetando o terço médio e a base das plantas, o que resultou em uma queda significativa na produtividade. "Além da mancha-alvo, também tivemos problemas com bicudo em algumas fazendas e um complexo de lagartas que, embora não tenha sido tão agressivo quanto em outras regiões, trouxe desafios adicionais", acrescenta Pittelkow.
À medida que a colheita avança, com algumas áreas já finalizadas e outras em andamento, os resultados têm mostrado uma produtividade inferior à registrada no ano passado. Além disso, o rendimento de pluma está cerca de 1,5% a 2% abaixo do histórico das variedades cultivadas, o que representa mais uma preocupação para os produtores.
"É um ano bastante desafiador para a cultura do algodão, com colheitas e rendimentos de pluma abaixo da média, além de problemas de qualidade da fibra", explica Pittelkow. "Esses desafios nos trazem muitas incertezas para a próxima safra."
O diretor observa que a Fundação Rio Verde está empenhada em transformar essas dificuldades em oportunidades de aprendizado. "Estamos finalizando a análise dos dados desta safra para entender melhor as estratégias de manejo de doenças, pragas e variedades que possam ajudar os produtores na tomada de decisão para o próximo ciclo agrícola", assinala Pittelkow.
Com o término do vazio sanitário da soja se aproximando em 7 de setembro, a chegada das chuvas e o início da próxima safra de soja já estão no horizonte. "O planejamento antecipado é fundamental, e contar com informações precisas será crucial para ajudar nossos produtores a tomar as melhores decisões possíveis para suas propriedades," destaca Pittelkow.
Fonte: Verbo Press