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Operação Cerco Verde mira fazendeiro que financiava quadrilha especializada em furto de defensivos agrícolas
Polícia Civil cumpre mandados de prisão e bloqueio de bens de mais de R$ 1,7 milhão contra fazendeiro; prejuízo às vítimas chega a quase R$ 13 milhões.
Por João Ricardo
30 de Setembro de 2024 às 09:32
A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou na manhã desta segunda-feira (30), mais uma fase da Operação Cerco Verde, que investiga o furto de defensivos agrícolas. O alvo é um fazendeiro apontado como financiador e colaborador de uma organização criminosa especializada nesses crimes. O prejuízo às vítimas ultrapassa R$ 12,9 milhões.
A operação, conduzida pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), cumpriu um mandado de prisão preventiva, três de busca e apreensão, além de bloquear valores e sequestrar bens avaliados em R$ 1,7 milhão. As ações ocorreram em Itumbiara (GO) e Canarana (MT).
O fazendeiro é investigado pelos crimes de receptação qualificada e por integrar uma organização criminosa. Segundo as investigações, ele não apenas recebia os defensivos furtados, mas também fornecia apoio logístico e informações privilegiadas ao grupo criminoso. Suas propriedades em Canarana e Itumbiara eram usadas como base de operações, onde o grupo se escondia e armazenava os produtos roubados.
Prejuízos e financiamento
As investigações apontam que os furtos ocorreram em fazendas de Ribeirão Cascalheira, Ipiranga do Norte e Araguaiana, com destaque para um roubo em 2021, que resultou no desvio de mais de R$ 864 mil em defensivos agrícolas. Esses produtos foram entregues na fazenda do investigado em Itumbiara, onde ele realizou depósitos bancários para os autores do crime.
O fazendeiro também financiava as operações da quadrilha, transferindo valores vultuosos aos criminosos antes e depois dos furtos, sendo o principal destinatário dos defensivos roubados, que eram adquiridos por valores bem abaixo do mercado.
Investigações em andamento
O delegado Antenor Pimental, responsável pelo caso, destacou que as investigações confirmam o papel central do fazendeiro no esquema criminoso. "Ele não era apenas um receptador, mas um colaborador ativo que oferecia suporte logístico, financeiro e informações ao grupo. O mercado paralelo de defensivos agrícolas é lucrativo e depende de pessoas como ele para prosperar", afirmou o delegado.
As investigações continuam com o objetivo de identificar outros receptadores que lucram com esses crimes e alimentam o mercado ilícito de defensivos agrícolas.