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Imagem: Assessoria PJC/MT
Polícia Civil 'Raspa' o Braço Financeiro de Facção: Mulher Detida em Lucas do Rio Verde em Megaoperação Contra Jogos Ilegais
Suspeita é presa no Jardim das Primaveras em operação estadual que mira facção criminosa que lavou mais de R$ 3 milhões com esquema de 'raspadinhas do crime'
Por João Ricardo
14 de Outubro de 2025 às 09:50
O submundo dos jogos de azar ilegais sofreu um duro golpe nesta terça-feira com a deflagração da Operação Raspadinha do Crime, conduzida pela Polícia Civil de Mato Grosso. Em Lucas do Rio Verde, a ação resultou na detenção de uma mulher no bairro Jardim das Primaveras, suspeita de integrar uma sofisticada rede que usava "raspadinhas instantâneas" como fachada para lavar milhões de reais.
O Esquema Milionário e a Facção
A megaoperação é coordenada pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) e conta com o apoio da FICCO. As investigações revelaram que o grupo criminoso, com fortes laços com uma facção atuante dentro e fora dos presídios, montou uma complexa estrutura para explorar jogos ilegais e, principalmente, dar aspecto lícito a dinheiro de origem duvidosa.
Segundo o delegado Antenor Pimentel, a rede criminosa se valia de "tecnologia, manipulação social e engenharia financeira", onde o jogo era apenas o disfarce de um esquema muito maior. Em apenas seis meses, a organização teria movimentado de forma ilícita a impressionante cifra de mais de R$ 3 milhões.
Mais de 100 Ordens Judiciais Cumpridas
A força-tarefa da Polícia Civil está em campo cumprindo um total de 111 ordens judiciais em mais de 20 municípios de Mato Grosso. As determinações, expedidas pela 5ª Vara Criminal de Sinop, incluem:
21 Mandados de Prisão Preventiva.
54 Mandados de Busca e Apreensão.
11 Ordens de Bloqueio Judicial.
25 Ordens de Quebra de Sigilo Bancário e Sequestro de Valores, totalizando mais de R$ 1,1 milhão em ativos.
Além das prisões e do bloqueio financeiro, a Justiça autorizou a apreensão e descarte de todo o material das "raspadinhas", incluindo centenas de bilhetes e banners de propaganda.
O delegado Pimentel classificou a operação como um "duro golpe no braço financeiro da facção", destacando a importância de sufocar a capacidade de movimentação de recursos do crime organizado. A Operação Raspadinha do Crime integra o programa estadual Tolerância Zero e faz parte da Rede Nacional de Unidades Especializadas de Enfrentamento das Organizações Criminosas (Renorcrim).