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IInadimplência de pessoas físicas bate novo recorde e atinge 71,86 milhões de consumidores no país, aponta CNDL e SPC Brasil
A alta anual de devedores foi impulsionada, principalmente, por dívidas com tempo de atraso de três a quatro anos, que representam 34,46%
Por Marina Barbosa
15 de Outubro de 2025 às 08:59
O número de consumidores brasileiros com contas em atraso registrou um aumento de 8,91% em setembro de 2025, na comparação com o mesmo período de 2024. O Indicador de Inadimplência de Pessoas Físicas, apurado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e revelou que a variação anual observada em setembro deste ano ficou abaixo da observada no mês anterior. Na passagem de agosto para setembro, o número de devedores cresceu 0,21%.O levantamento estima que o Brasil tinha, em setembro, 71,86 milhões de consumidores negativados, o que representa 43,14% da população adulta do país.A alta anual de devedores foi impulsionada, principalmente, por dívidas com tempo de atraso de três a quatro anos, que representam 34,46%.O Brasil apresenta hoje um quadro de inadimplência estrutural: elevada participação de inadimplentes na população adulta, prevalência de dívidas de baixo valor, mas com impacto acumulado, reincidência muito alta e recuperação que não acompanha o aumento do estoque de débitos. Sem iniciativas coordenadas entre mercado, poder público e incentivo à educação financeira, o sistema de crédito permanecerá caro, com custos macroeconômicos relevantes e com exclusão financeira”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.Dívidas por região, faixa etária e gêneroA abertura por faixa etária do devedor mostra que o número de devedores com participação mais expressiva no Brasil em setembro foi da faixa de 30 a 39 anos (23,56%). A participação dos devedores por sexo segue bem distribuída, sendo 51,18% mulheres e 48,82% homens.Observando os resultados por região, o Centro‐Oeste apresentou a alta mais expressiva no número de inadimplentes na comparação anual, com crescimento de 8,16%, seguido pelo Norte (7,99%), Nordeste (7,59%), Sudeste (7,54%) e Sul (7,36%).De acordo com o indicador de inadimplência, em setembro de 2025, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 4.801,45 na soma de todas as dívidas. Considerando todas essas dívidas, cada inadimplente devia, em média, para 2,22 empresas credoras.Os dados ainda mostram que quase três em cada dez consumidores (30,55%) tinham dívidas de valor de até R$ 500, percentual que chega a 43,63% quando se fala de dívidas de até R$ 1.000.É fundamental considerar o papel das redes sociais nesse contexto de inadimplência, já que elas se tornaram poderosas ferramentas de venda. As plataformas conhecem profundamente o comportamento, as necessidades e os desejos dos consumidores — e usam estes dados para estimular compras cada vez mais impulsivas. Por isso, reduzir a exposição a esses estímulos pode ser uma estratégia eficaz para evitar gastos desnecessários. Medidas simples como limitar o uso das redes sociais, desinstalar aplicativos de compras ou sair de grupos que divulgam promoções, ajudam a controlar o acesso ao consumo e, consequentemente, facilitam o hábito de poupar”, destaca o presidente do SPC Brasil, roque Pellizzaro Júnior.Em setembro de 2025, o número de dívidas em atraso no Brasil teve crescimento de 15,07% em relação ao mesmo período de 2024. O dado observado em setembro deste ano ficou abaixo da variação anual observada no mês anterior. Na passagem de agosto para setembro, o número de dívidas apresentou alta de 0,05%.Abrindo a evolução do número de dívidas por setor credor, destacou‐se a evolução das dívidas com o setor de Bancos com crescimento de 17,75%, seguido de Água e Luz (14,40%), Comunicação (8,23%) e Comércio (1,08%).Em termos de participação, o setor credor que concentra a maior parte das dívidas é o de Bancos, com 66,37% do total. Na sequência, aparece Água e Luz (10,28%), o setor de Comércio com 9,39% e Outros com 8,20% do total de dívidas.Na abertura por região em relação ao número de dívidas, a maior alta veio da região Centro‐Oeste (15,60%), seguida pelo Norte (15,31%), Sudeste (14,13%), Sul (13,97%) e Nordeste (13,15%).Em termos regionais, o maior percentual do índice de inadimplência está na região Centro‐Oeste, onde 46,42% da população adulta está incluída em cadastros de devedores. Por outro lado, na região Sul, a proporção de negativados equivale a 38,42% da população adulta.