AGILIDADE DE TRANSPORTE FERROVIÁRIO REDUZ NÚMERO DE CAMINHÕES NAS RODOVIAS
CADA COMPOSIÇÃO É FORMADA POR 120 VAGÕES E CONSEGUE LEVAR 11,5 MIL TONELADAS DE GRÃOS
Por Claudinei Sorce
18 de Abril de 2024 às 11:39
Cerca de sete composições de trens partem de Rondonópolis diariamente com destino ao porto de Santos. Diariamente, aproximadamente 600 vagões de trem carregados saem de Mato Grosso com destino ao porto de Santos (SP). O modal ferroviário é considerado um meio de transporte ágil e sustentável, contribuindo para a melhoria da competitividade da produção mato-grossense, uma vez que uma composição equivale a 261 caminhões bi-trens percorrendo longas distâncias.
Em Mato Grosso, o transporte ferroviário apresenta diversas vantagens em comparação com o rodoviário, incluindo a redução das emissões de gases de efeito estufa e dos custos de transporte. A eficiência da ferrovia como meio de transporte de cargas está se tornando uma das principais opções para movimentação de grandes volumes a longas distâncias.
Cada composição é composta por 120 vagões e pode transportar 11,5 mil toneladas de grãos, equivalente a 261 caminhões bi-trens circulando entre Rondonópolis e o porto de Santos.
No terminal de grãos em Rondonópolis, o maior da América Latina, durante o pico da safra de soja, chegam a circular até dois mil caminhões por dia. Segundo Rodrigo Verardino de Stéfani, gerente de relações institucionais e governamentais da Rumo Logística, de seis a sete trens partem diariamente do local com destino ao porto de Santos, transportando soja, milho, farelo, biocombustíveis e outros produtos agrícolas de Mato Grosso.
Apesar da redução no uso do modal rodoviário, outros modais se complementam. Mesmo utilizando locomotivas a óleo diesel, o modal ferroviário é consideravelmente menos poluente do que o rodoviário. Além disso, oferece redução de custos significativa, conforme destaca Edeon Vaz Ferreira, diretor do Movimento Pró-Logística.
É importante destacar que, apesar das vantagens de cada modal, eles se complementam em vez de competir entre si. Como ressalta Rodrigo Verardino de Stéfani, a ferrovia não consegue alcançar todas as regiões como o modal rodoviário, e ambos desempenham papéis importantes na logística de transporte.
A expansão da malha ferroviária em Mato Grosso está em ascensão, apesar dos desafios. Prevê-se que os trilhos cheguem até Lucas do Rio Verde até 2030, sendo um dos maiores projetos ferroviários em curso no Brasil, totalmente financiado pelo setor privado. Atualmente, há cerca de 40 quilômetros de trilhos em construção, outros 40 em andamento e mais 40 em fase de contrato, além de 40 quilômetros no mercado.