Eleições 2024: PF e universidade fazem teste em urnas eletrônicas
Conhecido como Teste Público de Segurança (TPS), esse processo é uma prática regular em cada ciclo eleitoral.
Por João Ricardo
15 de Maio de 2024 às 12:05
Equipes da Polícia Federal (PF) em conjunto com especialistas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) estão realizando os últimos testes de segurança na urna eletrônica nesta quarta-feira (15), antes das eleições municipais programadas para 6 de outubro, com a possibilidade de um segundo turno em 27 de outubro.
Até sexta-feira (17), as atividades serão concentradas na sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde os profissionais conduzirão uma série de testes para confirmar se as falhas identificadas no ano anterior foram corrigidas.
Conhecido como Teste Público de Segurança (TPS), esse processo é uma prática regular em cada ciclo eleitoral. Em anos sem eleições, é aberto um edital para que interessados possam examinar os códigos-fonte e realizar testes para identificar possíveis vulnerabilidades no sistema eletrônico de votação.
No ciclo eleitoral atual, o TPS ocorreu entre 27 de novembro e 2 de dezembro do ano anterior. Naquela ocasião, 33 investigadores, incluindo seis mulheres, executaram 35 planos de ataques contra as urnas, tendo acesso ao código-fonte de todos os sistemas de votação. Após essa etapa, uma comissão avaliadora selecionou cinco inconsistências encontradas para serem trabalhadas pelo TSE e examinadas novamente no teste em andamento.
O relatório do TPS indicou que os ataques realizados no ano anterior não comprometeram a integridade nem o sigilo do voto, porém revelaram possíveis falhas, como uma mensagem de erro não prevista durante a inicialização da urna.
Além disso, a PF identificou uma falha no procedimento de carga da urna, quando são inseridas informações sobre os candidatos e o eleitorado. Uma equipe da UFMS encontrou duas falhas relacionadas ao controle e privilégios de acesso de aplicações executadas na urna.
Julio Valente, secretário de Tecnologia da Informação do TSE, explicou que as equipes técnicas trabalharam para melhorar essas questões, apresentando os códigos-fonte originais e as melhorias implementadas durante o teste de confirmação.
Rogério Galloro, diretor-geral do TSE, destacou a importância do TPS para o sistema eleitoral, descrevendo-o como fundamental para garantir transparência e evolução contínua. Cada descoberta dos investigadores, afirmou, contribui para o aprimoramento do sistema.
Durante o teste de confirmação, serão avaliados os firmwares e as mídias dos modelos de urna eletrônica de 2022 e 2020, testando diversos aspectos, como o gerenciador de dados, aplicativos, interface com a urna eletrônica, software de carga, software de votação, sistema de apuração, entre outros.
Sete pesquisadores do Laboratório de Arquitetura e Redes de Computadores (Larc) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) também participam dos testes, fornecendo suporte aos investigadores durante a execução dos planos de reteste.