Mato Grosso: Terceiro estado com mais resgates de trabalho escravo no Brasil
Segundo o superintendente regional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Amarildo Borges, essa combinação gera exploração da mão de obra e condições precárias de trabalho.
Por João Ricardo
25 de Junho de 2024 às 10:46
Mato Grosso se destaca negativamente no cenário nacional por ser o terceiro estado com maior número de resgates de trabalhadores em condições análogas à escravidão nos últimos 28 anos.
Entre 1995 e 2023, 6.149 trabalhadores foram resgatados no estado, o que representa 10,1% do total nacional.
Dados preocupantes revelam a persistência do trabalho escravo em território mato-grossense:
Média anual de resgates: 212, ficando atrás apenas do Pará (22,1%) e Minas Gerais (11,7%).
Município com mais resgates: Confresa (1.160 km a nordeste de Cuiabá), com 1.393 trabalhadores libertados.
Perfil das vítimas: Homens jovens (entre 18 e 24 anos), principalmente na pecuária (27,4%), produção de álcool (26,4%) e cana-de-açúcar (10,4%).
Nível de escolaridade: 19,9% analfabetos, 37,2% com até o 5º ano incompleto e 22,4% com ensino fundamental incompleto.
Fatores que contribuem para o problema
Predominância da atividade agrícola e desmatamento:
Segundo o superintendente regional do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Amarildo Borges, essa combinação gera exploração da mão de obra e condições precárias de trabalho.
Vulnerabilidade social: Pobreza e baixa escolaridade aumentam a suscetibilidade à exploração.
Engano e aliciamento: Trabalhadores são atraídos com falsas promessas e acabam endividados pelos empregadores.
Combate ao trabalho escravo
Fiscalização e operações de resgate: Essenciais para identificar e libertar trabalhadores em situação de exploração.
Políticas públicas: Implementação de medidas que ofereçam alternativas de emprego digno, educação e qualificação profissional.
A erradicação do trabalho escravo é um desafio contínuo que exige:
Ação conjunta: Governo, empresas, sociedade civil e órgãos de fiscalização devem trabalhar em conjunto.
Abordagem multifacetada: Repressão aos infratores e medidas que impeçam a perpetuação da exploração.
Conscientização: Combate à aceitação social do trabalho escravo e promoção da cultura do trabalho digno.