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Combate às Fake News: Estudo cria ferramenta de detecção com 94% de precisão
Em testes rigorosos com mais de 30 mil mensagens publicadas na rede social X (antigo Twitter), a ferramenta alcançou um índice de acerto de 94%, demonstrando sua efetividade na distinção entre fatos e boatos.
Por João Ricardo
08 de Julho de 2024 às 07:08
Uma pesquisa inovadora da Universidade Federal Fluminense (UFF) abre caminho para um futuro com menos desinformação online. O estudo, desenvolvido pelo engenheiro de telecomunicações Nicollas Rodrigues em sua dissertação de mestrado, criou uma ferramenta de inteligência artificial (IA) capaz de detectar notícias falsas, as chamadas "fake news", nas redes sociais com uma impressionante precisão de 94%.
A ferramenta, fruto da colaboração entre Rodrigues e seu orientador, o professor Diogo Mattos do Laboratório de Ensino e Pesquisa em Redes de Nova Geração da UFF, funciona através da análise de palavras e estruturas textuais.
Através de um algoritmo treinado com um vasto conjunto de notícias verdadeiras, a IA é capaz de identificar padrões linguísticos e elementos que frequentemente caracterizam as fake news.
Em testes rigorosos com mais de 30 mil mensagens publicadas na rede social X (antigo Twitter), a ferramenta alcançou um índice de acerto de 94%, demonstrando sua efetividade na distinção entre fatos e boatos. "Testamos três metodologias e duas tiveram sucesso maior. A gente indica, no final dos resultados, a possibilidade de utilizar ambas em conjunto, de forma complementar", explica Rodrigues.
Duas metodologias complementares para combater a desinformação
A pesquisa empregou duas metodologias distintas para alcançar a alta precisão da ferramenta. A primeira consistiu em "alimentar" um algoritmo com um grande conjunto de notícias comprovadamente verdadeiras, treinando-o a reconhecer os padrões linguísticos e estruturais presentes em informações confiáveis.
Notícias que se desviavam significativamente do perfil aprendido pelo algoritmo eram então classificadas como fake news.
A segunda abordagem utilizou uma metodologia estatística, similar à primeira na análise textual, mas sem o uso de algoritmos. Essa metodologia se concentrou na identificação de frequências específicas de palavras e combinações de palavras que são comumente encontradas em notícias falsas.
Aplicações promissoras para combater a proliferação de fake news
Os resultados promissores da pesquisa abrem um leque de possibilidades para ferramentas que auxiliem os usuários da internet na identificação de notícias falsas.
"Pode-se transformar a ferramenta em um plugin compatível com algumas redes sociais", sugere Rodrigues. "Assim, ao navegar na rede social, o plugin poderá indicar que a notícia apresenta indícios de fake news, alertando o usuário para ter cautela com a informação."
Outra aplicação possível, segundo o pesquisador, seria a criação de um site ou aplicativo web onde os usuários possam colar o texto de uma notícia e obter uma análise sobre sua confiabilidade.
Um passo importante na luta pela informação verídica
O estudo da UFF representa um marco importante na luta contra a desinformação online, que se tornou um problema crescente na era digital. A ferramenta desenvolvida por Rodrigues e Mattos tem o potencial de ser um aliado crucial para usuários de redes sociais, jornalistas e outros profissionais que buscam navegar por um mar de informações com mais discernimento e responsabilidade.
Ações para um futuro com menos fake news
Embora a ferramenta da UFF seja um avanço significativo, a responsabilidade por combater a proliferação de fake news também recai sobre cada indivíduo.
É fundamental que os usuários da internet desenvolvam um senso crítico apurado, buscando verificar a veracidade das informações antes de compartilhá-las.
Ao consultar fontes confiáveis, buscar informações de diferentes perspectivas e questionar a lógica e a coerência das notícias, podemos contribuir para a construção de um ambiente online mais informado e menos suscetível à desinformação.