Inflação deve fechar 2024 acima da meta, mas dentro da margem de tolerância, indica Focus
A partir de 2025, o Brasil adotará o sistema de meta contínua, fixando o centro da meta em 3%, com a mesma margem de tolerância.
Por João Ricardo
29 de Julho de 2024 às 10:22
O mercado financeiro elevou novamente a projeção para a inflação oficial do país neste ano. De acordo com o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (29), a expectativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 4,05% para 4,10%.
Meta de inflação e sistema contínuo
A estimativa, embora acima da meta de inflação de 3% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), ainda se encontra dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
A partir de 2025, o Brasil adotará o sistema de meta contínua, fixando o centro da meta em 3%, com a mesma margem de tolerância.
Juros e crescimento econômico
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central utiliza a taxa básica de juros, a Selic, como principal instrumento. Atualmente em 10,5% ao ano, a Selic deve permanecer nesse patamar até o final de 2024, segundo as projeções do mercado. Para os próximos anos, a expectativa é de gradual redução da taxa.
A alta dos juros, embora controle a inflação, pode prejudicar a atividade econômica. No entanto, o mercado projeta um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,19% para este ano e de 1,94% para 2025.
Dólar e incertezas
A recente alta do dólar e as incertezas econômicas levaram o BC a interromper o ciclo de cortes da Selic. A cotação do dólar deve fechar o ano em R$ 5,30, segundo as projeções.
Em resumo
Inflação: A expectativa para o IPCA em 2024 subiu para 4,10%, acima da meta, mas dentro da tolerância.
Juros: A Selic deve permanecer em 10,5% ao ano até o final de 2024.
Crescimento: O PIB deve crescer 2,19% em 2024 e 1,94% em 2025.
Dólar: A cotação do dólar deve fechar o ano em R$ 5,30.